Tradutor Mamade Mustafa
Jarouche
ISBN: 9788525039682
Edição: 3º
Editora: Biblioteca Azul
Ano: 2006
Páginas: 424
Um
professor de história meu recomendou esse livro no meu terceiro ano e desde então
entrou para minha lista, mas só encontrava as edições resumidas e adaptadas,
até que encontrei essa edição da Biblioteca Azul, com um preço salgadinho...
As Mil e uma noites são uma coletânea
de contos populares do Oriente Médio e da Ásia, organizados em árabe, em dois
ramos, o sírio e o egipício. Não há uma versão definitiva da obra, diferindo
nas edições os contos reunidos
O certo na obra é que o Rei da Persa,Shahriyar, após ser traído pela esposa,
decide desposar a cada noite uma mulher, matando-a no dia seguinte. Após 3 anos
nesse massacre, Sahrazad, filha do vizir (equivalente a um ministro), pede ao
seu pai que a case com o rei Sahriyar,
para conseguir por fim ao massacre das mulheres. Sahrazad, “conhecedora das
coisas, inteligente, sábia e cultivada”, para sobreviver, a cada noite conta
uma história para a sua irmã mais nova e o Rei, que não a mata para ouvir o
resto da história.
Estruturalmente
a premissa da história não é bem montada, porque tem noites em que Sahrazad
inicia uma nova história, quebrando a continuidade da história noite pós noite
(terminando a história não haveria porquê o rei preservá-la).
O
grande mérito de As mil e uma noites são os contos, que formam um repertório
impressionante sobre uma cultura pouco conhecida no ocidente. São histórias
fantásticas de terror, piedade, amor, ódio, recheadas de religiosidade
Falando da formatação da obra: os contos
duram mais de uma noite, até a metade do livro são “curtos”, mas depois há uma
mudança, com histórias mais longas, com histórias dentro de histórias, virando
algo do tipo alguém disse, outro alguém me contou. A introdução da
história e a finalização das histórias se tornam um pouco
repetitivas, quase sempre com a mesma sentença. Algo no estilo de: “E a aurora
alcançou Sahrazad que parou de falar. Dinarzad lhe disse: ‘ Como é agradável e
espantosa a sua história, maninha, e ela respondeu: “Isso não é nada perto do
que irei contar-lhes na próxima noite, se eu viver e o rei me preservar.”
Ao ler
o livro, a cada noite da história, me comportava como o Rei Shariyar, meio que
“só vou largar o livro ao saber o final de determinada história”. São contos
que encantam e/ou causam um estranhamento de uma cultura (que convenhamos, não
tem grande estima pelas mulheres, geralmente elas são mortas, ou castigadas, ou
escravizadas, ou amaldiçoadas, ou causadoras de discórdia).
Sobre a edição da Biblioteca Azul: é de
um preço elevado, mas que se paga pela qualidade da edição, capa dura, papel
nobre, mas principalmente pela tradução (não que eu fale árabe, mas não se percebe
aquelas sentenças sem sentido que alguns livros trazem), revisão, e notas de
rodapé. O fato de o livro ser traduzido diretamente do árabe também é
importante, pois a cada tradução de uma tradução perde-se um pouco da história
e beleza do texto, ainda mais tendo em vista que os contos carregam consigo
muita poesia, figurada e literalmente.
Diagramação linda <3 |
PS:
Palmas para a diagramação da obra, que traz as notas explicativas ao lado e não
embaixo (sério, dá uma agonia ler um livro que a metade da página é nota de
rodapé, em livro de direito é o que mais tem e segundo Soraya, a Bibliotecária
Escandalosa, maioria errada, segundo as normas da ABNT)
PS2:
Não ficou bem uma resenha do primeiro volume, mas tem que se levar em
consideração a quantidade de contos que a obra possui.
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